Katy Perry. Rick Warren. Anne Graham Lotz. Franklin Graham. Jonas Brothers. Frank Schaefer. Jessica Simpson. Todos esses nomes, por mais díspares que pareçam, têm algo em comum: todos são filhos de pastores.Katy
Quando se trata de filhos de pastores, os estereótipos abundam. Primeiro, é o menino modelo, vivendo de acordo com o livro de regras e segue os passos do pai ministro. Em muitas igrejas, isso é uma expectativa e um estereótipo. No entanto, talvez o estereótipo dominante de filho de pastor seja o filho pródigo: o filho rebelde que caiu da fé, o reincidente que prefere seguir seu próprio caminho a viver à sombra da torre do sino.
A suposição subjacente desse estereótipo, no entanto, é que os cristãos acreditam que aqueles que crescem na igreja são
'mais rápidos a deixá-la. E como acontece com qualquer estereótipo, vale a pena dar uma olhada para ver se alguma dessas percepções é realmente verdadeira.
Afinal, os citados acima escolheram diferentes caminhos. Alguns assumiram voluntariamente o ministério como seu próprio chamado, enquanto outros se desligaram completamente da fé cristã, e ainda outros passaram por um período de rebelião apenas para voltar com um renovado senso de propósito espiritual.
tendência tão grande como muitas vezes é percebida? O último estudo de Barna colocou essas questões a prova, com resultados surpreendentes.
Certamente, para aqueles que passaram sua infância na primeira fila do santuário eles recebem um ponto de vista único da igreja, para melhor ou para pior. Se é para pior, pode-se entender como isso poderia contribuir para uma rejeição da fé mais adiante na vida.
Dois de cada cinco pastores (40%) dizem que seu filho, de 15 anos ou mais, passou por um período no qual duvidaram significativamente de sua fé. Uma quinta parte dos pastores diz que isso é "muito" exato de seus filhos e outro 22% dizem que é algo "certo". Esta é aproximadamente a mesma porcentagem dos millenials de
hoje, ao redor de 38% com antecedentes cristãos dizem que tem experimentado uma temporada similar de dúvidas. Em outras palavras, os filhos de pastores são bastante normais, tão propensos como outras crianças na igreja a experimentar dúvidas espirituais significativas. Quando se divide em tipos de congregações, os pastores que com maior probabilidade concordam em que seus filhos têm enfrentado dúvidas significativas são pastores que servem em congregações brancas (43%) ou igrejas tradicionais (51%).
Em contrapartida, os pastores com menos probabilidades de dizer que isso descreve seus filhos são pastores que servem congregações não-brancas (25%) ou igrejas não tradicionais (37%).
Em geral, um terço dos pastores (33%) diz que seu filho já não participa ativamente na igreja. Porém, quando se trata da rejeição total da identidade cristã, as ocorrências são ainda menores. Quando os pastores foram questionados se seus filhos já não se consideravam cristãos, apenas o 7% disseram que isso era "exato" para seus filhos, menos de um a cada 10. Isso se compara com a taxa de pródigos a nível nacional ao redor de 9% entre os millenials. Os pais-pastores que têm mais probabilidades de dizer que isso não é completamente exato a respeito de seus filhos são pastores que não pertencem à linha principal (98%) ou pastores batistas do Sul (97%).
No entanto, mesmo que os filhos de pastores estejam mais enraizados espiritualmente do que muitos acreditam, é difícil argumentar que eles não enfrentam distintos desafios sociais e espirituais.
Em primeiro lugar, os filhos de pastores crescem numa cultura única de expectativas. Compartilham o nome do responsável e, como tal, muitas vezes vivem conscientes de que suas palavras, atitudes e ações são um reflexo da posição espiritual da família. Mas se é possível que seus pais foram chamados ao ministério, as expectativas sociais que são impostas podem fazer com que os filhos de alguns pastores pensem:
"não me inscrevi nisto".
Os resultados da pesquisa mostram que ot pastores não são alheios a esse maior escrutínio de sua família. Na verdade, os pastores (28%) mencionam as expectativas pouco realistas de seus filhos como a principal razão pela que os filhos de pastores lutam no desenvolvimento de sua própria fé.
A segunda razão mencionada pelos pastores (18%) é a exposição aos aspectos negativos da igreja.
Mas a seguir, as razões do crescimento espiritual atrofiado golpeiam mais perto de casa. Quase dois de cada 10 (17%) pastores relacionam sua própria preocupação como pais demasiadamente ocupados com a fé frustrada de seus filhos. Ao redor de uma sexta parte dos pastores atribui as tendências pródigas de seus filhos à falta de fé modelada constantemente no lar (14%).
Outras razões dadas pelos pastores incluem a influência de colegas e a cultura (9%), o livre arbítrio da criança (7%) e nunca se apropriar da fé (6%).
Como todos os pais, os pastores são somente seres humanos. E seus fracassose sucessos confessos na criação de seus filhos proporcionam um estudo intrigante em contraste. Em geral, a pesquisa revela que os pastores sentem que tem sido pais bem-sucedidos ao educar seus filhos nos princípios corretos para viver, em relação à fé, valores e opções morais. Porém, quando lhes pergunto em relação a seus arrependimentos como pais, as respostas dos pastores refletem principalmente deficiências relacionais.
Quando lhes pergunto se acreditam que têm feito o melhor na criação de seus filhos, os pastores (73%) responderam esmagadoramente que tarro sentar centradona Bíblia. Só o 5% desejariam ter agido melhor nesta área, dando a seus filhos mais instrução bíblica.
Em geral, um surpreendente 19% diz que não mudariam nada nos seus métodos de criação, inclusive se pudessem retroceder no tempo. Porém, para aqueles que admitem arrependimentos na criação, as coisas viram um pouco mais pessoais.
Enquanto 21% dos pastores acreditam que foram bons pais em termos de apoio e tempo com seus filhos, o dobro dessa quantidade se arrepende nesta área: 42% dizem que desejariam ter passado mais tempo com seus filhos. Talvez em referência às expectativas pouco realistas que os pastores concordam que colocam em seus filhos, 8% dos pastores também disseram que gostariam de ter sido mais compreensivos com seus filhos.
David Kinnaman, autor de You Lost Me (Você me perdeu, em português), conduziu a pesquisa sobre os filhos de pastores. Ele comenta: "Os números mostram que os filhos de pastores, pelo menos como relatado pelos olhos de seus pais, estão na média quando se trata de suas lutas com o cristianismo e com a igreja. Isso é talvez esperado, mas também decepcionante. Os filhos de pastores não estão destinados a ser pródigos, mas mais de um a cada 14 parece ter deixado para trás a sua fé. Ademais, dois quintos dessas crianças criadas na igreja passam por um período de dúvida significativa; a isso chamamos de viagem espiritual dos nômades, aqueles que todavia se chamam cristãos, mas que já não estão conectados com a igreja local.
Filho de pastor, Kinnaman enfatiza a importância de que os pastores e os membros da igreja mantenham expectativas realistas para os filhos de pastores.
"Os pastores estão sentindo a pressão. Seus filhos vivem num aquário moral e espiritual, suas ações são avaliadas por todos os lados da igreja". Esta avaliação constante só é agravada pelo auge das redes sociais e a liderança permanente.
De fato, é revelador que a melhoria mais comum que os pastores fariam em sua criação, em retrospectiva, seria ter passado mais tempo com seus filhos.
É uma pergunta perturbadora: os líderes religiosos estão sacrificando suas melhores horas para o bem de outras pessoas em vez de seus próprios filhos?".
"Por um lado, a família de um pastor deve aspirar a ser um grande exemplo de como é uma família saudável, funcional e cheia de graça. É natural ver nossos líderes como exemplo de como devemos viver. Diante da desilusão cultural com os líderes caídos, é difícil não esperar algo mais dos líderes religiosos. Ainda assim, é um problema quando se acumulam altas expectativas sobre famílias que são típicas em todos os sentidos. Depois de tudo, incluindo os líderes religiosos e suas famílias precisam de uma renovação e transformação espiritual".